
A peça "Faço, Desfaço, Refaço" de Denise Stoklos parte do diário da escultora Louise Borgeouis para sua construção. O resultado é de tirar o fôlego. A grande atriz Denise Stoklos, sozinha em cena, no meio de um cenário construído pela própria escultora, fala sobre arte e vida de uma forma tocante.
As duas artistas em comunhão e numa única voz. Alguns fragmentos do diário de Louise:
"Eu sou o que faço"
"Meu trabalho tem a ver com o desafio à autoridade (autoridade emocional simbolizada pela geometria). O deus que falhou."
"A arte, em todas as formas, é um dispositivo regulador, um dispositivo de sobrevivência. O público é desnecessário. A comunicação é rara; a arte é uma língua, como no Ocidente a língua chinesa. Quem entende?"
"A arte é um privilégio, uma benção, um alívio. Nascer artista é ao mesmo tempo um privilégio e uma maldição. Privilégio porque quer dizer que você é um favorito, que o que você faz não é completamente seu crédito, nem se deve completamente a você, mas um favor que lhe foi concedido. É um privilégio fantástico ter acesso ao inconsciente. Eu tive de merecer esse privilégio e exercê-lo."
"Faço escultura por necessidade, não por diversão. Não me divirto nem um pouco - na verdade, tudo o que faço é um campo de batalha, uma luta até o fim."
"A emoção é uma presença erótica, aquela sensação de tudo ou nada. Ou você resiste, ou cede."
"Perdoa e esqueça, dizem. Eu não perdôo nem esqueço. Este é o mote que abastece meu trabalho."