domingo, 7 de junho de 2009

"A Alma Imoral"


A Alma Imoral, de Clarice Niskier, se apresenta hoje pela última vez em Belo Horizonte. O texto, adaptação do livro homônimo do rabino Nilton Bonder, aborda conceitos como fidelidade e traição. No monólogo, a atriz, vencedora do Prêmio Shell 2007 por este trabalho, cumpre grande parte da narrativa, que dura 50 minutos, nua.

Com público várias apresentações pelo Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Belo Horizonte no ano passado, o espetáculo leva o espectador a percorrer, a partir de narrativas ancestrais, o caminho defendido pelo rabino da necessidade de transgredir para progredir. Clarice Niskier reflete cenicamente a ousadia do texto, que trata de questões universais. A atriz desafia, com humor cínico, delicadeza e calma, parábolas judaicas para definir dois impulsos: o da perpetuação e o da ruptura, e mostra que, por mais paradoxais que possam ser, estão interligados.

No palco, Clarice Niskier utiliza apenas dois recursos cênicos: uma cadeira e um pano preto que, envolto em seu corpo, transforma-se em vários figurinos. A atriz começa contando por que decidiu transpor o livro para a dramaturgia, após seu primeiro contato com Nilton Bonder, em um programa de televisão, quando o rabino a presenteou com o livro. A interação com a plateia é tão intensa e fluida que em alguns momentos o público pode pedir a repetição de trechos para melhor compreensão das histórias.

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Vale a pena assistir. Aqui, em São Paulo, no Rio, em Curitiba, aonde for. Vale a pena pela ousadia, pela particularidade, pela provocação, pelo frescor no olhar. Seria algo assim, como uma alma que canta.

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